Bonequinha de Luxo

Bonequinha de Luxo

domingo, 9 de setembro de 2012

A moda no cinema,

na arte e nas ruas

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Marilyn Monroe, na capa da da Playboy,

revista fundada em 1953, por Hugh Hefner

 

A forma como a mulher se posiciona e se representa tanto na sociedade, como na cultura e na arte, de uma maneira em geral revela a mentalidade prevalente desta sociedade.

O cinema e a moda constituem linguagens que, como disse o diretor Win Wenders no filme Identidade de nós mesmos (1989), trabalham com a relação entre imagem e identidade: a identidade visual da imagem em movimento e a identidade corpórea da vida cotidiana.

A roupa ao articular o corpo, articula também a mente. O vestuário é uma das preocupações tão femininas porque o ato de vestir-se não é apenas para cobrir o corpo, mas é um ato de satisfação, a realização de um desejo de ficar mais bonita. O vestuário também se torna um objeto comunicativo. Roupas e outros tipos de ornamentações fazem com que o corpo humano se torne culturalmente visual e a roupa desenha o corpo, de modo que ele possa ser visto culturalmente e também como um mecanismo de identidade.

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Liz Taylor no filme Cleópatra (1963)

 

O cinema, aquela sucessão de imagens projetadas na tela provoca no espectador uma surpresa, de vez em quando, a visão de um figurino interessante, um penteado diferente, um acessório que pode até lançar no mercado.

Na tela do cinema brilharam as imagens superlativas da beleza, as sublimes stars, as ficções que arrebataram, como nenhum outro espetáculo, as multidões maravilhadas das sociedades modernas. Os sonhos das massas também cabem no espaço mágico que é o cinema onde se projetam os sonhos e desejos. (Lipovetsky, 2009, p. 11)

A N O S    5 0

Nos anos 50, o glamour começa a declinar e deixa o terreno para a desenvoltura, a espontaneidade e a ambiguidade, com grande carga agressiva. A calça jeans, com suas propriedades aderentes, quase adesivas, como a roupa íntima, como veste Marlon Brando no filme O SELVAGEM (1953). O ator usando jeans, o blusão de couro e a moto que tiveram uma participação importante na concepção da moda e de comportamento trazidos pelo cinema.

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Marlon Brando

Segundo alguns pesquisadores, o binômio rapaz-moto era como um sucedâneo do binômio clássico rapaz-moça. A agressividade revelada por estas roupas, simbolicamente podemos entender como a procura de uma nova forma para distanciar-se de seus antecessores destroçados pela 2ª. Guerra Mundial que terminara.

Elvis Presley, com sua voz e o corpo adquire um status de sex-symbol diferente. O rock and roll também fornecia um novo tipo de modelo de papel masculino. O cantor usava muito couro e brilho em sua vestimenta de palco. Na época, o couro era muito apreciado e dizia-se que o couro representava a masculinidade e era isso que as garotas queriam, independentemente de seu sexo.

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Elvis Presley

Nos EUA as roupas prontas, cujo comércio é impulsionado por técnicas de produção em série, enquanto que, na Europa, o prêt-à-porter ganhava fama, com Christian Dior e o “New Look”, um resgate da feminilidade perdida com as guerras. (Nazareth, 2007, p.78)

A televisão já começava a penetrar nos lares nos anos 50, afetando não só as criações no cinema, mas influenciava nosso modo de vida e costumes.

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Audrey Hepburn

Mas não só de couro e jeans viviam a população americana. Os vestidos de noite como aqueles que Grace Kelly vestia também era sucesso. Com um corpo de modelo e uma beleza convencional e fria, a atriz sintetizava a elegância americana.

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Grace Kelly

Por essa época, ganha espaço no universo das pin-ups um novo gênero, que explorava de forma mais radical o fetiche, chegando a utilizar elementos de subserviência sexual e sadomasoquismo, mas preservando o clima de provocação e inocência comum à estas modelos desconhecidas.

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Pin-up dos anos 50

Rosângela D. Canassa