A ERA CHANEL E A MODA NAS DÉCADAS
A estilista Coco Chanel, em 1937
A moda não existe apenas nos vestidos; a moda está no ar, é o vento que a traz, nós a respiramos, a pressentimos, ela está no cêu e no chão, está ligadas às ideias, aos costumes, aos acontecimentos.” , dizia a estilista francesa Coco Chanel.
Apesar da sofisticação, a roupa de Chanel torna-se um fenômeno de massa e neste sentido, distancia-se da arte enquanto poética atemporal e irrepetível, embora muitas vezes comuniquem-se em alguns aspetos, segundo Costa. (Costa, 2009, p. 39)
A sofisticação na moda de Chanel
Na década de 20, a beleza exuberante do Art Nouveau é substituída pela beleza funcionalista. A luta contra o elemento decorativo é o traço mais marcante desta beleza funcional. (Eco, 2010, p. 372)
Eco acrescenta também que, no circuito das mercadorias, os aspectos qualitativos da beleza transferem-se, cada vez com mais frequência, para os aspectos quantitativos, no sentido que de, a função é que determina a apreciação de um objeto. (Eco, 2010, p. 377)
Portanto, a moda durante o Modernismo deveria ser bela, mas funcional.
A moda nos anos 20
Coco Chanel, com seu estilo denominado popularmente “chique pobre” pode-se considerar como uma moda funcional. A estilista criava as suas roupas conforme as necessidades, quando recorre às calças de montaria são para montar, bem como, as calças compridas para as mulheres que trabalhavam fora de casa.
Chanel e a invenção das calças para as mulheres
Chanel oferece roupas suntuosas ou então os tailleurs que as americanas adoraram e aderiram.
Tailleur de Chanel
A icônica bolsa de Coco, com a alça de correntes é um modelo muito copiado no mundo.
Modelos Chanel
O estilo de Coco Chanel eram os cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos, durante toda a década.
Estilo Chanel
De vento em popa, Coco foi criando os seus trajes e lançava uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas.
As meias em tons de bege
A MODA LA GARÇONNE: NA ROUPA E NOS CABELOS
Cabelo La Garçonne
O livro La garçonne, publicado em 1922, obra de Victor Marguerite, é um romance que conta a história de uma moça decepcionada com os homens e preferiu viver sem eles. (FAUX, 2000, p. 36)
A ofensiva da moda dos cabelos curtos começou em maio de 1917 e Paul Morand dizia no seu diário: “De alguns tempos para cá, a moda entre as mulheres é usar cabelos curtos. Todas fazem isso...” (Charles, 2007, p. 143)
A moda no Modernismo era simples e foi representada pelo visual garçonne, que sugeria a libertação dos espartilhos e uma mudança radical na forma do corpo feminino.
As mulheres usavam “achatadores” de seios, dietas, para a “silhueta de serpentina”. (Mackenzie, 2010, p.75)
Para estar na moda era determinante ser ágil, magra e jovem, não muito diferente de hoje. Contida e linear, a moda modernista era a antítese das vestes pesadas da Belle Époque.
O novo e andrógino estilo, batizado de visual garçonne dominou a moda até 1929. (Mackenzie, 2010, p. 74)
Moda Le Garçonne
O FAMOSO VESTIDINHO PRETO DE CHANEL: A SEMELHANÇA É GARANTIA DE QUALIDADE
A exposição de 1925 deixou seus rastros com o sucesso do estilo do art déco, um mobiliário sem ornamentos. E a moda acompanhou este movimento e foram os vestidos pretos de Chanel que inspiraram o estilista Poiret seu célebre dito: “O que Chanel inventou? A miséria do luxo.”
Depois desta alfinetada de Poiret, o vestido preto fez mais sucesso ainda tornando-se um ícone da moda Chanel. A estilista inventa também o pijama de praia. Uma mulher de calças! As pessoas nunca tinham visto aquilo, um escândalo.
A MAQUIAGEM NOS ANOS 20
Maquiagem anos 20
A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas eram delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilagem.
Os anos loucos
Os “anos loucos” perduraram entre 1919 à 1929, que vai do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), até a quebra da bolsa de Nova Iorque (1929), que leva à falência boa parte do mundo.
Mas, Paris era uma cidade turbulenta, com sua efervescência cultural e as novas invenções tecnológicas. E a revolução do consumo se seguiu logo após a Revolução Industrial e manifestou-se por meio da ascensão das lojas de departamentos. (Mazzeo, 2011, p. 40)
A moda nos lojas de departamento
Paris era o lar de artistas e intelectuais que movimentaram os cafés da Rive Gauche e o período da arte moderna, do século XX. Os astros do momento eram Josephine Baker, Samuel Beckett, Coco Chanel, Colette, Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, James Joyce, Modigliani, Picasso, Cole Porter, Gertrude Stein e Joséphine Baker.
Joséphine Baker
A Exposição das Artes Decorativas em Paris, em 1925, teve o caráter explosivo das festas esportivas sendo uma maratona internacional das artes, decoração, joalheiros, cartazistas, vidreiros e todos adotam o negro, a cor predominante do momento.
La Rue Nègre é onde o mundo negro exerce sobre o mundo branco, um fascínio, onde os aficionados pela arte negra se encontram. O gosto pelo jazz se encontra nesta rua, bem como, na dançarina Joséphine Baker. Aos 19 anos, a corista é uma completa desconhecida de Missouri e canta desde os 8 anos de idade.
As mulheres tomavam banho de sol nas praias usando cordões de pérolas e os ricos boêmios e bêbados, cambaleavam de uma festa extravagante a outra. (Mazzeo, 2011, p. 67)
A década de 20 é caracterizada pela audácia, a busca de embriaguez e a emancipação das mulheres. Todos se lançaram ao que fazia viver mais intensamente, mais depressa; a magia da aviação, a loucura do charleston e os bólidos conversíveis. (Faux, 2000, p. 106)
Era uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e o charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, segundo autor.
Flaper ou melindrosa
A mulher jovem usava saia curta, meia fina e enroladas nos joelhos e sapatos de salto, eram as flappers, muito semelhante às melindrosas no Brasil.
(CONTINUA NA DÉCADA DE 30)
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