A combinação preta no filme Bellíssima (Luchino Visconti, 1951)

Anna Magnani

O neorrealismo na década de 50 na Itália e com a estrela do movimento Anna Magnani, no filme Belíssima de Luchino Visconti, a atriz italiana interpreta a mãe que decide fazer de sua filha de cinco anos (Tina Apicella) uma estrela e ela a inscreve num concurso para encontrar ‘a criança mais linda de Roma’. O filme mostra os personagens como pessoas comuns tentando sobreviver.

Visconti neste filme revela a sua visão contra o sentimentalismo e as lamentações nos filmes. O  biógrafo do diretor Laurence Schifano comentou que: “é todo o mundo do cinema colocado como ilusão e indústria da evasão, que é denunciado através de seus cineastas, mas também de seus cabeleireiros, modistas, fotógrafos, ‘professoras’ de arte dramática de todos os parasitas que vivem numa fervilhante atividade em torno dos sonhos.” (www.google.com.br – acesso 09-05-2016)

Cinecittá

Na época, a moda trouxe as saias mais curtas e pôs os corpetes de lado, que foram substituídos por uma combinação e o  neorrealismo italiano tornou a combinação preta inseparável de suas atrizes como símbolo da fêmea proletária. Uma combinação manifesta todo o seu potencial erótico quando substitui a camisola.

Anna Magnani

Hollywood, pelo contrário, mostrou as combinações para sublinhar o luxo e o prestígio social. E, sobretudo, durante muito tempo foi a fronteira do que a censura permitia, além da roupa de baixo nesse justo, decotado e invólucro de cetim.

Ficha técnica:

Título: Belíssima
Direção: Luchino Visconti
Ano: 1951
País: Itália
Elenco: Anna Magnani, Tina Apicella, Walter Chiari, Gastone Renzelli e Alessandro Blasetti