NASCE UMA ESTRELA: NORMA JEANE MORTENSON
Norma Jeane Mortenson
Marilyn Monroe com a sua aparente vulnerabilidade, inocência e com uma sensualidade natural a levaram a ser a atriz mais popular de Hollywood nos anos 50.
Norma Jeane Mortenson
Marilyn Monroe nasceu com o nome de Norma Jeane Mortenson, em 01 de junho de 1926, na cidade de Los Angeles, Califórnia. Mais tarde, ela foi batizada como Norma Jeane Baker. A sua mãe, Gladys Pearl Monroe tinha pouco dinheiro e sofria de problemas mentais e a identidade do pai de Marilyn é desconhecida. Desejando uma vida melhor para sua filha, Gladys enviou Norma Jeane para viver com a família Foster.
Marilyn viveu com muitas famílias durante sua infância e com 9 anos entrou em um orfanato, onde viveu até junho de 1937.
Em 19 de junho de 1942, Norma Jeane, com apenas 16 anos, se casou com o seu vizinho Jimmy Dougherty, de 21 anos, a quem ela chama de “papai”, como no filme “Os homens preferem as loiras”.
Eles se conheceram enquanto ela trabalhava em uma instalação aérea. Enquanto o marido estava na guerra, Marilyn iniciou a sua carreira de modelo, que acabou interferindo na relação. O divórcio ocorreu em junho de 1946, a contragosto de Dougherty.
Em 1944, Norma já havia sido fotografada no serviço por um jornalista, como parte de uma reportagem do exército que mostrava as contribuições femininas para o esforço da guerra. O fotógrafo pediu para ela tirar mais fotos e logo ela iniciava a sua carreira de modelo.
Em 1945, a beleza cativante e ingênua de Norma Jeane Dougherty tinha conseguido sua popularidade e ela emplacou a capa das 33 maiores revistas da época, nos EUA.
Em 1946, ela foi trabalhar como modelo enquanto iniciava sua carreia cinematográfica. Marilyn assinou um contrato com a 20th Century-Fox, que iniciou com o salário de U$ 125 por semana. Logo após assinar com a Fox, Norma Jeane começou a usar o nome de "Marilyn Monroe".
Norma Jeane no início de sua carreira
Além da mudança de nome, ela também mudou a aparência e tingiu o cabelo de ruivo para o loiro e acrescentou uma pinta na face esquerda, mudando o rosto radicalmente.
A metamorfose de Marilyn Monroe
A primeira atuação de Marilyn foi um papel num filme de 1947 intitulado: “Sua Alteza, a Secretária”, de George Seaton. Mas, o papel é tão pequeno que seu nome não consta nos créditos. Ela continuou a atuar em pequenos papéis até que surgiu o filme “O segredo das Joias”, de 1950, com direção de John Huston.
A sua performance no filme “A malvada”, de 1950 garantiu a ela grande reputação, ao lado da atriz Bette Davis, apesar de seu nome não constar nos créditos do filme. Os figurinos são dos designers Edith Head e Charles Lemaire.
Cena do filme “A malvada” (1950)
Marilyn tinha grande senso de humor e deu respostas memoráveis diante da agressividade dos jornalistas, ávidos para reduzi-la a certos estereótipos bem degradantes. (Lessana, 2006, p. 36)
A sua atuação no filme “Niagara” (Torrentes de paixão, título no Brasil), de 1953, transformou-a numa estrela de Hollywood.
Marilyn no filme “Torrentes de Paixão”
Marilyn posou para a revista Playboy com fotos feitas para um calendário de 1949, totalmente nua. Ela também deixou a sua marca na calçada da fama em Hollywood e é intitulada a vampe de sexo devorador, símbolo do novo star system.
Em 1953, ela conseguiu o papel no filme “Os homens preferem as Loiras”, de Howard Hawks e contracenou com Jane Russell, grande atriz de Hollywood. Os figurinos magníficos deste filme foram elaborados pelo designer Travilla.
Marilyn Monroe e Jane Russell, no filme
“Os homens preferem as loiras”
Tudo o que Monroe fez foi censurado pela Igreja Católica, incluindo a sua performance no filme “Os homens preferem as loiras” que é tão inofensivo pelos padrões atuais.
Marilyn era cheia de curvas e fez muito sucesso neste filme usando um vestido tipo coluna rosa de tafetá. Com luvas combinando e usando joias com diamantes, a atriz canta a canção: “Diamonds are a girl best friend” (Os diamantes são os melhores amigos de uma garota).
Cena do filme “Os homens preferem as loiras”
Os Estados Unidos dos anos 1950 queria livrar as mulheres da culpa do sexo e tratava de mostrar nos filmes um erotismo cômico, leve, coerente com a vida conjugal, uma espécie de entretenimento. Isso fazia com que os estúdios aceitassem que Marilyn desencadeasse uma vibração sem precedentes, mas temiam que ela encarnasse o que há de baixo e escuro no erotismo, sua força obscena de destruição (...). Eles queriam explorá-la como brinquedo glamoroso e ao mesmo tempo alegre e degradado. (Lessana, 2006, p. 53)
Bette Grable, Lauren Bacall e Marilyn Monroe
“Como agarrar um milionário” (1953)
Outro sucesso no mesmo ano foi o filme “Como agarrar um milionário”, com direção de Jean Negulesco, com participação de Bette Grable, Lauren Bacall e Marilyn Monroe. Os figurinos do designer Travilla.
Em 14 de janeiro de 1954, Marilyn teve o seu segundo casamento com o superstar do baseball, o siciliano Joe DiMaggio. Nove meses depois Monroe e DiMaggio se divorciaram.
Durante uma conferência com a imprensa, o procurador de Monroe atribuiu o rompimento em decorrência dos conflitos com a carreira da atriz. O que de fato ocorreu segundo os biógrafos de Marilyn é que DiMaggio espancou Marilyn depois da atriz gravar a famosa cena com as saias levantadas, no filme “O pecado mora ao lado”, de 1955, com direção de Billy Wilder.
Cena do filme “O pecado mora ao lado” - 1955
Segundo Wilder, Marilyn possuía um instinto natural para dizer um texto cômico e lhe dar um tom especial, um estilo à parte. Ela nunca era vulgar, mesmo num papel que tinha tudo para isso acontecer e de certa maneira a gente sabia isso quando a via na tela. (Lessana, 2006, p. 63)
Lauren Bacall, Humphrey Bogart e Marilyn Monroe
Em sigilo, a atriz já planejava a sua partida de Hollywood e seus advogados estudavam uma maneira de demonstrar a nulidade de seus contratos. O objetivo da estrela era de criar a sua própria produtora com o amigo e fotógrafo Milton Greene.
Depois de muitos filmes que a transformaram em apenas mais um rosto bonito de Hollywood e com salários muito baixos, ela deixou os estúdios e foi morar em Nova York. Marilyn dizia que: “Em Hollywood paga-se mil dólares por um beijo e 50 centavos por sua alma. Eu sei, porque recusei a primeira oferta várias vezes e acabei com os 50 centavos”. (Cinemateca Veja, 2011, p. 30)
Marilyn no filme “Nunca fui santa” - 1956
Em 1956, Marilyn abriu a sua própria produtora a “Marilyn Monroe Productions”, com o sócio Milton Greene e produziu os filmes: “Nunca fui santa” (1956) e “O príncipe encantado” (1957). Estes dois filmes serviram para a atriz revelar o seu talento, como ela tanto desejava.
Em 1959, ela produziu o filme “Quanto mais quente melhor”, com direção de Billy Wilder, cujo diretor admirava muito Marilyn como mulher e atriz.
Figurino do filme “Quanto mais quente melhor” – 1959
Quanto ao figurino do filme causou um grande escândalo na época. O vestido branco e prata era transparente, na altura do joelho, com forro de chiffon. Embora os apliques estavam estrategicamente colocados poderia ver através do vestido os seios de Marilyn Monroe. Além disso, a parte de trás do vestido era recortado quase até o traseiro. Alguns anos mais tarde, ela usou um vestido muito semelhante quando ela cantou “Happy Birthday”, para o presidente Kennedy.
Como se sabe, a atriz vivia se atrasando para as filmagens porque tinha pânico de entrar em cena, antes da gravação. Mas Billy Wilder sabia lidar com Marilyn e a desculpava, dizendo que ele tinha uma avó que nunca se atrasou, a vida inteira; mas ninguém pagaria um centavo para vê-la.
Marilyn no filme “Quanto mais quente melhor”
Em 1960, Marilyn ganhou o prêmio “Globo de Ouro” como melhor atriz pela comédia “Quanto mais quente melhor”.
Rosângela D. Canassa
Nenhum comentário:
Postar um comentário